03 junho 2014

Ghost Stories

O novo disco de Coldplay, o Ghost Stories, lançado dia 19 de maio pelas produtoras Parlophone e Atlantic Records, vem trazendo consigo a consolidação de um novo estilo e, automaticamente, tangenciou o que era Coldplay em sua essência. Porém, este processo de mudança não foi de modo tão abrupto. Desde o álbum anterior, pode-se perceber que a banda estava se encaminhando para um cenário mais pop/alternativo, desprendendo-se do rock/alternativo. O Mylo Xyloto, teve como grandes hits Paradise, Charlie Brown, Every Teardrop Is a Watterfall e Princess Of China. Apresentou um jeito mais "despojado" (como os próprios músicos classificaram-o), com explosões de cores e algumas músicas mais alto astral, entretanto não abandonou o violão e seus arranjos melancólicos em outras.
"Sim, isso pode ser bom, na verdade. É possível você ir longe sem se tornar pomposo e um pouco exagerado, por isso vamos trilhar essa linha com muito cuidado. Repor. Recalibrar". — Will Champion, sobre o álbum MX.

Já este novo álbum, traz músicas tanto experimentais e melancólicas, quanto aquelas mais dançantes e com batidas repetitivas.


A capa é bem enigmática, feita pela artísta Mila Fürstová. Influenciada por desenhos medievais e conceitos contemporâneos, podendo passar realmente a ideia do antigo com o atual e a busca de outros horizontes.
Houveram muitas críticas pesadas em relação ao álbum e os rumos que o grupo têm tomado (e eu como fã desde a infância, confesso que não me agradei primeiramente). O fato é que, o Coldplay tem seus hits (digamos, comerciais): Magic, A Sky Of Full Skies, no entanto, a músicas Oceans, O, Ghost Story passam uma calmaria semelhante à quem ouviu Trouble ou Yes. Sem dizer nas músicas com o início fantasmagórico, como é o caso de Always In My Head; ou completamente obscura, Midnight.

Não é mais o mesmo, disto se tem certeza. Não se observa a presença forte do violão, o que era seu destaque. A capacidade de fazer algo simples, com extrema qualidade, vários tons e levadas diferentes, mas sem perder, novamente, a simplicidade e sua essência.

O Coldplay evoluiu com as novas tendências do mundo globalizado, seguindo a linha mercadológica da indústria musical e mostrando novas experiencias. O que não deveria ser algo ruim; basta saber se realmente abandonar seu âmago do Parachutes, A Rush of Blood to the Head e o Viva La Vida valha verdadeiramente a pena.