15 novembro 2013

Resenha: ARTPOP

ARTPOP
Interprete: Lady GaGa
Interscope Records

+ Melhores Faixas: MANiCURE, Gypsy, Dope
- Piores Faixas: Aura

Quando Lady GaGa lançou seu segundo disco de estúdio, Born This Way, fizemos uma resenha aqui no blog sobre ele, dando uma nota positiva e afirmando-o como um disco épico para toda a sua geração. Agora com dois anos de lançado e com um recente terceiro álbum da cantora, ARTPOP, questiono-me apenas sobre essa representatividade toda. Não me entendam mal: Born This Way é não só ótimo como também serve de vanguarda para muitos ouvidos acostumados com um pop engessado que predomina atualmente. Mas, olhando para a perspectiva maior e analisando toda a carreira da cantora, aquele álbum beira ao experimental e é só um pontapé para o que Lady GaGa ainda pode fazer. A prova disso é ARTPOP, que mesmo com um nome que pode soar pretensioso, é justamente a coisa mais leve que ela fez. Aqui, a obsessão mórbida pela festa e pela fama do primeiro disco e o peso representativo do segundo foram substituídos por uma celebração quase que parnasiana da cultura pop (vide o primeiro single, "Applause"). Com todas as nuances que tem direito, ARTPOP remonta os elementos que constroem Gaga: a moda, a tecnologia, a arte, um apanhado de vários nomes icônicos (Donatella Versace tem inclusive uma música só sua), uma pequena dose de feminismo, e, como não podia faltar no pop, o amor, que está presente na maioria das faixas, seja indireta ou diretamente. A semelhança sonora com os álbuns anteriores, que foram tão distintos um do outro, é perceptível e mostra como os diferentes trabalhos da cantora só tendem a somar e evoluir. A temática livre, no geral, a fez escalar um novo patamar de composição; e a produção, a encargo de diversos nomes como Zedd, Madeon, David Guetta, DJ White Shadow e Infected Mushroom, refrescam a sonoridade em relação ao ultimo, que era mais pesado, e ainda se provam criativos ao misturar coisas distintas como trap com violinos e girl-punk com dubstep. Somando a tudo isso, vem um belíssimo aplicativo, sendo Lady GaGa a primeira artista mainstream a aproveitar essa tendência transmidia que já permeia o mundo alternativo. No geral, ARTPOP é um disco que não promete ser um álbum milenar e, ainda bem, nem é. Mas é, mesmo assim, ótimo e continua a apresentar um crescente melhoramento de Lady GaGa. É por isso que digo que talvez o seu épico ainda está para vir.