18 maio 2013

Contos do Edgar

Quem gosta de seriados e tem o costume de assistir, sente falta de produções nacionais, principalmente quando o tema é suspense, visto que a maioria exibidos atualmente são de comédia. Estreada em abril deste ano pela Fox Brasil, Contos de Edgar, traz os contos de Edgar Allan Poe, misturados com a cultura nacional e os lugares fúnebres de São Paulo.

Poe é reconhecido como um dos maiores escritores americanos, além de ser divulgador da literatura fictícia no país, com obras repletas de dor, sofrimento e morte.
O seriado apresenta diversas adaptações em cada episódio, totalizando 5 na primeira temporada. O trama começa com o sumiço da mulher de Edgar, interpretado por Marcos de Andrade, ironicamente, parece com Edgar Allan Poe. Ele mora de favor na dedetizadora de Fortunado, amigo de infância, no entanto, principal suspeito do sumiço de sua mulher. Estes dois personagens aparecem nos episódios como observadores, porém no quinto episódio o trama entre os dois será resolvido. Do primeiro ao quarto, Edgar vai conhecendo cada personagem e se envolvendo em cada história. Só que, invés de castelos, cavalos e casas mal-assombradas, são apartamentos antigos, motos e oficinas, deixando com um jeitinho bem brasileiro, mantendo a narração em primeira pessoa dos contos.

O episódio “Berê” é adaptação de “Berenice”, “Priscila” adaptação de “Metzengerstein”, “Íris” baseado em “O Coração Delator” e “O Ímpeto da Perversidade”, “Cecília” adaptado de “A Máscara da Morte Rubra”, “Lenora” adaptado de “O Gato Preto” e “O Barril de Amontillado”.

"O universo do terror, do suspense é muito pouco explorado pelo cinema e pela TV brasileiros. Quis fazer terror com a nossa cara, um suspense tropical, fugindo dos clichês e convenções do gênero, buscando um caminho novo para causar medo e tensão" - Diz diretor.
Séries como essa, inovadora, é o que faltava na tevê nacional, com produção brilhante, da Fox Brasil e O2 Filmes. Sem ressaltar que, por causa da nova lei que exige que os canais de TV paga tenham produção nacional, produziu-se uma série tão boa quanto esta. O problema das produções nacionais não está no talento dos atores, defeitos na imagem ou enredo fraco; é só apertar o lado deles, que faz bem feito.