24 abril 2011

Mashups Literários

Imagine só você relendo um clássico da literatura, escrito a décadas atrás. Então, de repente e sem mais nem menos aparecem ogros e fadas na história, que pelo que você lembra não estão contidos no texto original. Seria no mínimo confuso, não? Pois é com essa ideia que surgiu uma moda no universo literário, as chamadas releituras fantásticas. É simples, e talvez você já tenha pegado: trata-se de pegar um clássico e adicionar características fantásticas nele, isso sem quebrar as características linguísticas e pessoais do autor.
A moda começou quando, lá na gringa, o livro Orgulho e Preconceito e Zumbis, livro de Seth Grahame-Smith, adaptado de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, saiu de uma pequena editora para o topo de livros mais vendidos da New York Times por 4 semanas consecutivas. Daí foi um pulo para o livro ser exportado para vários países (inclusive para o Brasil, onde foi publicado pela Intrínseca) e nascerem vários livros com o mesmo nicho, como Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros, também de Seth Grahame-Smith adaptando o diário do presidente americano, e Razão e Sensibilidade e Monstros Marinhos, escrito por Ben H. Winters a partir do livro Razão e Sensibilidade da escritora Jane Austen (ambos pela Intrínseca, o último será lançado ainda em 3 de maio).

O Brasil também não ficou fora da mania, graças a editora Leya, que lançou a coleção Clássicos Fantásticos, em que obras dos grandes autores brasileiros Machado de Assis, José de Alencar e Bernardo Guimarães tiveram modificações de roteiristas, escritores e blogueira. Isso resultou nos livros Dom Casmurro e Discos Voadores (Lúcio Manfredi), O Alienista Caçador de Mutantes (Natalia Klein), Senhora, a Bruxa (Angélica Lopes) e A Escrava Isaura e O Vampiro (Jovane Nones).

Confesso que, depois de ler A Escrava Isaura para o colégio, já estou a procura de A Escrava Isaura e o Vampiro. E também tenho plano de ler Orgulho e Preconceito e Zumbis. E você, acha divertido e atual ou acha que denigre a obra original?